Direto de Brasília
Operação antigolpe já foi deflagrada para conter Bolsonaro
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Ela envolve governadores, ministros do Supremo Tribunal Federal e até militares de alta patente
Contam as jornalistas Helena Chagas e Lydia Medeiros, na edição desta semana do relatório TAG REPORT, que emissários de Lula, políticos da centro esquerda e ex-dirigentes dos três Poderes começaram a conversar com governadores, integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e militares de alta patente sobre o que fazer se o presidente Jair Bolsonaro tentar dar um golpe.
Para Lula, a maior preocupação, hoje, não seria vencer a eleição, mas assegurar que, vencendo, tomará posse dentro da normalidade. Derrotado em outubro do ano que vem no primeiro turno, ou em novembro no segundo, Bolsonaro teria mais 60 dias no cargo. Foi mais ou menos o tempo que Donald Trump teve até Joe Biden assumir, e deu no que se viu.
Já foram procurados a respeito da operação antigolpe os governadores João Doria (PSDB-SP), Eduardo Leite (PSDB-RS) e Flávio Dino (PSB-MA), entre outros. Ao primeiro sinal de tumulto em seus estados depois das eleições, um deles pedirá a decretação de uma GLO, operação de garantia da lei e da ordem, instrumento constitucional que autoriza as Forças Armadas a intervir.
Ocorre que quem decreta a GLO é o presidente da República, que poderá recusar-se a fazê-lo. Haveria então um recurso ao STF que, na ocasião, estará sendo presidido pela ministra Rosa Weber, tendo Luís Roberto Barroso como vice. Apenas a Corte, pela Constituição, poderá se dirigir diretamente ao comandante do Exército para que envie tropas aos estados.
No dia 7 de setembro último, ao ver que bolsonaristas invadiram a Esplanada dos Ministérios e ameaçavam atacar o prédio do STF, o ministro Luiz Fux telefonou para o comandante do Exército e disse que pediria uma GLO no Distrito Federal se nada fosse feito para restabelecer a ordem. Fux, o comandante e o Comando Militar do Planalto se entenderam e não foi preciso.
Se o comandante do Exército não atender a uma ordem do presidente do Supremo estará sujeito a ser processado por crime de desobediência. À época das eleições, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral será o ministro Alexandre de Moraes, chamado outro dia de “canalha” por Bolsonaro. Ele, Barroso, Gilmar Mendes e Dias Toffoli estão por dentro da operação antigolpe.
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